segunda-feira, 26 de julho de 2010

Decepção


A voz do povo. Torcida cobrou mudanças na postura de técnico e jogadores

Votuporanguense perde para o rival e deixa a primeira colocação
CAV voltou a jogar mal e foi ultrapassado pela Santa Cruzense, seu próximo adversário

O Clube Atlético Votuporanguense, foi derrotado pelo Fernandópolis por 3 a 2 no estádio Plínio Marin e perdeu a liderança do grupo 1 às vésperas do final da primeira fase do Campeonato Paulista da Segunda Divisão.

Anunciando uma goleada, a Alvinegra, diante de mais de 3 mil torcedores, abriu o placar com Tom logo aos 6min da primeira etapa. O Fefecê, ao contrário do que se esperava, passou a jogar melhor depois do gol sofrido, se aproveitou do corpo a corpo e das divididas no meio campo e, mesmo com todos os erros de passe do CAV, só conseguiu o empate aos 11 min do 2º tempo com Oliveira.

Mas daí em diante, os vizinhos, acompanhados de sua pequena e barulhenta torcida, jogaram como se estivessem em casa. Itamar virou o jogo aos 19 min e Paulo, aos 40 min, decretou a vitória dos rivais. O Votuporanguense ainda diminuiu com Vinícius, cabeceando escanteio na primera trave, aos 44 min.

Com o resultado o CAV, classificado com 28 pontos, foi ultrapassado pela Santa Cruzense, que precisou de menos de 15 minutos para fazer dois a zero em Assis, líder do grupo 1 com 31 pontos. Já o Fernandópolis ainda continua na luta pela classificação, com 23 pontos, somados os três que irá ganhar pelo jogo contra a Ilha Solteira na última rodada.

Domingo às 10h, a Alvinegra vai a Santa Cruz do Rio Pardo na esperança de retomar a liderança e o Fefecê ficará na torcida para o desclassificado Assisense ganhar do Tupã, que tem 22 pontos e também briga pela quarta vaga.

Pós-jogo

Depois do apito do juiz- até aos 49 min o CAV continuou buscando, ainda que de qualquer forma, o empate, é bom que se diga- o técnico do Fernandópolis Sérgio Caetano, destacou a garra e a disposição da sua equipe. “Não viemos aqui para dar show, viemos para honrar a camisa do Fefecê”, disse.

Enquanto o repórter de rádio fernandopolense exaltava o “dedo” do treinador – o volante Juninho Bahia deu lugar a Matheus logo depois do primeiro gol e o seu time melhorou - Caetano frisou o empenho dos seus jogadores nos treinamentos da semana e o respeito deles pelas suas decisões. Indagado sobre as chances de classificação do Fefecê, o técnico, satisfeito com o troco devolvido, olhou para o céu: “Estamos nas mão de Deus”, profetizou.

O meia atacante Pedro, em meio às explosões de felicidade dos colegas, destacou a subida de produção da equipe após a derrota para o Votuporanguense no primeiro turno. “Em oito jogos foram 6 vitórias, 1 empate e apenas 1 derrota”, contabilizou. O jogador, improvisado no lugar do centroavante Rudimar, ainda sonha com a última vaga. “Pelo momento que estamos, acho que merecemos a classificação”, disse.

Com o sorriso de fora a fora, o presidente Álvaro Zonta, valorizou a vitória sobre o rival. “No primeiro jogo perdemos por causa do goleiro. Mesmo sem chances, não podíamos perder. Se não classificarmos, já valeu por esta vitória. Agora, se passarmos, vamos subir”, disse. “Quem quer classificar, tem que brigar”, emendou.

No vestiário, o técnico do Votuporanguense Luciano Gusso, abatido, reconheceu as virtudes do adversário e apontou os erros de passe como um dos fatores que levaram a Alvinegra conquistar apenas um dos últimos nove pontos disputados. “Os jogadores tentaram, mas hoje as coisas não deram certo. O time é jovem e sentiu a virada”, disse. “No primeiro tempo faltou controle de bola no ataque depois do primeiro gol. Também faltou mais chegada do meio. Ainda tentei com as substituições, mas não deu certo”, completou.

Questionado sobre as dificuldades que o time enfrentou nos últimos três jogos, o treinador se justificou: “Éramos o time a ser batido, então todos redobraram a marcação sobre a gente. Depois vieram as lesões, ausências, os testes, a volta de jogadores ainda sem ritmo. Daí ficou difícil”, reconheceu.

Sobre o jogo de domingo em Santa Cruz do Rio Pardo, Gusso, que tem por filosofia o jogo ofensivo, quer voltar a vencer de todo jeito. “Tomara que eles estejam mordidos pelo jogo do primeiro truno e venham pra cima. Respeitamos muito o grande time da Santacruzense, mas vamos lá para vencer. Temos que honrar a camisa Alvinegra”, afirmou.

Ficha Técnica
CAV: Diego; Saimon, Tom, Rafael Vaz e Mandágua; Paulinho, Mineiro (William) e Léo(Danilo); Washington (Dudu Santos), Vinícius e Luizão
Técnico: Luciano Gusso
FFC: Alex; Gil, Orlando, Pereira e Juninho Bahia (Matheus 1º tempo); Lucas Pereira, Oliveira e Bruno (Paulo); Renan (Altair), Pedro e Itamar
Técnico: Sérgio Caetano
Arbitragem:Wellon Orlando Wonrath, Leonardo Ferreira Alves, Fábio Rogério Baestero e Flávio Felix da Silva
Cartões Amarelos: CAV: Vinícius e Léo; FFC: Bruno, Lucas Pereira e Paulo



quarta-feira, 21 de julho de 2010

Companhia incômoda


Cabeçadas. Gramado ruim e marcação cerrada dificultaram toque de bola no meio.

CAA 0 x 0 CAV 18-07

Votuporanguense não saiu do empate em Assis
Resultado ameaçou liderança Alvinegra

O Votuporanguense não saiu do empate por 0 a 0 com o Assisense em partida realizada domingo no Estádio Antônio Vianna, o Tonicão, em Assis pela 12ª rodada do Campeonato Paulista da Segunda Divisão. Com o resultado, o primeiro do CAV na competição, a equipe se manteve na liderança do grupo 1 com 28 pontos. Já o Assisense, que foi a 15 pontos e joga domingo com o time de Rio Pardo, tem apenas chances remotas de classificação.

Apesar de jogar fora de casa, a Alvinegra- que não pôde contar com o lateral Saimon e o atacante Washington, suspensos, mas teve a volta do Mandágua e Rafael Vaz – soube fazer o seu jogo e por pouco não saiu de lá com a vitória.

Com o gramado em péssimas condições (piorado pela disputa dos Jogos Regionais e a chuva no dia anterior) as duas equipes fizeram, senão um jogo bonito de se ver, ao menos uma partida bastante disputada até o fim. O Votuporanguense, melhor em campo, teve sua melhor oportunidade aos 34 minutos em uma cobrança de escanteio. O goleiro do Assisense desviou cabeçada de Rafael Vaz e a bola bateu no travessão. No rebote Pedro voltou a defender, só que de dentro do gol! Na "dúvida", o árbitro e o assistente que acompanhavam a jogada mandaram seguir.

No segundo tempo, o CAV, mesmo mais ofensivo (Paulinho, de cabeça, já tinha obrigado o goleiro a se esticar todo) foi quem tomou o primeiro susto. Aos 7 minutos Gleidson, traído pelo quique da bola, deixou Juninho livre para invadir a área. Diego ainda tentou fechar o ângulo, mas o atacante errou o gol livre. Para empatar a contagem dos gols perdidos, aos 17 min, após bate-rebate na área, a bola sobrou para Luizão concluir cara a cara com o goleiro que saltou para desviar pela linha de fundo.

Com a expulsão de um jogador dos donos da casa, o Votuporanguense ainda tentou fazer valer a vantagem numérica para sair de Assis com a vitória. Aos 26, Mandágua recebeu no lado esquerdo da área, chutou forte, mas para fora e, nos minutos finais, depois de muito perde e ganha no meio, o CAV não abriu o placar por muito pouco. Aos 47, Paulinho finalizou na área e Pedro desviou pela linha de fundo para garantir o empate que, apesar de garantir a liderança alvinegra, trouxe a companhia incômoda da Santa Cruzense, atrás apenas no saldo de gols.

Ficha Técnica

CAA: Pedro; Rubens, Nilo, Jucélio e Cesar; Heitor, Wellington (Gabriel), Paulo (João) e Felipe; Junior e Fernando (Alexandre)
Técnico: Carlos Antunes do Rosário

CAV: Diego, Mineiro (Danilo), Tom, Rafael Vaz e Mandágua; Gleidson, Paulinho, Léo e Daniel (Dudu Santos); Vinícius (William) e Luizão
Técnico: Luciano Gusso

Arbitragem: Paulo Estevão Alves da Silva, Edvânio Ferreira Duarte, Marcelo Moreno Santos, Paulo Roberto Maffei Amorim

Cartões. Amarelo: Wellington e César (CAA); Mineiro, Luizão e Tom (CAV). Vermelho: Heitor (CAA)

domingo, 11 de julho de 2010

Sinal de alerta


Correria. Atacante do Bonifácio passa por Tiaguinho em lance do segundo tempo

JBEC 3 x 1 CAV 11-07

Votuporanguense perde de novo para o José Bonifácio

Acomodada com a classificação Alvinegra foi surpreendida no primeiro tempo

As alterações no time titular por conta de contusões e opções táticas, o relaxamento dos jogadores devido a classificação antecipada, a escolha do lado do campo contra o sol no primeiro tempo, o gramado irregular que dificultava o domínio e toque de bola, enfim, dentre todas as justificativas usadas explicar a segunda derrota do Votuporanguense em onze jogos, faltou, talvez, a mais elementar e difícil de admitir: a superioridade do adversário.

Tudo bem que no primeiro turno o CAV perdeu jogando melhor, mas desta vez não dá para dizer o mesmo. Tanto que o José Bonifácio precisou de menos de 30 minutos para liquidar a partida. Marcando em cima, dominando a segunda bola e consequentemente o meio campo, os donos da casa praticamente garantiram a vitória depois de duas falhas consecutivas do CAV em saídas do campo de defesa.

Assustada, a Alvinegra, mesmo desarticulada no meio campo, tentou reverter o resultado na base da bica pra frente. Assim, fora os chutões sem pontaria de Washington, a melhor oportunidade que o Votuporanguense teve, foi um rebote na entrada da área que Luizão chutou em cima do goleiro Everton. E só.

Prevendo que as coisas poderiam ficar piores com um homem a menos, na volta do intervalo Luciano Gusso retirou os "amarelados" Gleidson e Tiago Henrique e colocou Dudu e Vinícius nos seus lugares. Com a mudança, o time melhorou o posicionamento dos volantes, a movimentação do ataque e até conseguiu equilibrar o jogo. Na melhor oportunidade criada, Wagner, da entrada da área, por pouco não diminui o placar.

Todavia, com o resultado sob controle, a "Serpente do Vale", aninhada no campo de defesa, armava seus botes nos contra ataques. Assim chegou ao terceiro gol depois de nova falha na saída de bola da zaga votuporanguense. E enquanto a torcida alvinegra, que veio em sete ônibus, deixava o "Pereirão" irritada com o coro de freguês, Luizão, de fora da área, diminuiu de cabeça.

Apesar da derrota não trazer maiores prejuízos para a campanha Alvinegra, o sinal de alerta foi aceso. Agora mais um tropeço seguido de vitória da Santa Cruzense e o CAV já não é mais líder. Para garantir a primeira colocação e assim evitar os melhores times dos outros grupos na segunda fase seria prudente manter a regularidade nos três últimos jogos.

Por hora, é fundamental reconhecer mesmo que, além de não ser imbatível, o Votuporanguense tem adversários tão bons quanto ele. Ou seja, domingo em Assis será preciso jogar com os pés bem no chão para reencontrar o caminho das vitórias, e principalmente, do bom futebol.

domingo, 4 de julho de 2010

O meio do caminho


Retranca. Washington, no finalzinho, tenta o segundo gol.

CAV 1 x 0 PPFC 04-07

Votuporanguense suou para vencer o Presidente Prudente

Com erros no meio campo, CAV conquistou classificação antecipada.

Os números impressionam. Primeira equipe classificada da Segunda Divisão, o Votuporanguense tem o melhor ataque da competição com 30 gols marcados, uma das melhores defesas com 8 gols sofridos - apenas 3 a mais que a menos vazada do Américo Brasiliense, nosso virtual adversário na próxima fase -, e portanto o melhor saldo de gols, 22. Sem falar na melhor média de público nos jogos em casa, 2241 pagantes, o CAV também tem o maior indice de aproveitamento das 46 equipes do torneio com 9 vitórias, o que consequentemente dá a ele o maior número de pontos, 27.

Ou seja, nos 10 jogos disputados até agora, nem a poderosa Inter de Limeira, cotadíssima para o acesso, conseguiu chegar perto da perfomance do CAV. Como bem disse Antônio Carlos de Camargo ontem no DIARIO, "mesmo em anos que o futebol local trouxe alegrias, fato dessa natureza chegou a ser registrado".

Apesar dos números incontestáveis, principalmente no futebol de hoje onde o resultado vale mais que qualquer argumento, ainda assim o torcedor, que gosta da Alvinegra jogando bonito, indo pra cima e envolvendo o adversário, deixou as arquibancadas do Plínio Marin mais uma vez insatisfeito.

Claro, procede a reclamação da retranca visitante feita pelos jogadores e o técnico Luciano Gusso após a partida. Todo mundo viu que o Prudente, assim como a Ilha Solteira, mesmo em desvantagem no placar, vieram aqui só para se defender. Também é verdade que os poucos desarmes feitos pela zaga alvinegra foram tão fáceis quanto roubar doce de criança e que não corremos o risco de perder os jogos.

Mas com os meias de ligação Washington e Vinícius muito marcados, os atacantes de ofício- destaque para a entrada de Tiago Henrique que jogou ao lado de Luizão e fez o único gol do jogo- mesmo cheios de disposição para a briga entre os zagueiros adversários, tiveram muitas dificuldades para furar a defesa prudentina. Principalmente porque a bola não chegava.

E aí vem o problema: os erros de passe. A falta de concatenação nas jogadas pelo meio campo, que truncou a saída do CAV para o ataque, não se justifica apenas pelo congestionamento do setor. Em Tupã num gramado sofrível e de dimensões reduzidas, os meias alvinegros não erraram a quantidade de passes dos dois últimos jogos em casa.

Dado o devido desconto para a falta normal de entrosamento entre Gleidson, Paulinho e Mineiro (foi a primeira vez que o técnico testou essa formação), para fugir da recorrente impaciência da torcida com os erros de passe, Gusso terá que dar maior ênfase a compactação, movimentação e toque de bola do meio campo alvinegro nos treinamentos da semana.

Isto porque, mesmo classificado, a torcida, que promete ir em peso domingo a José Bonifácio, e todos os jogadores, querem ver o CAV devolver a derrota indigesta do primeiro turno. É bom lembrar que enfrentaremos a segunda melhor defesa do grupo 1 e que, para chegarmos a ela com condições de fazer o gol, é preciso passar pelo meio do caminho.