domingo, 4 de julho de 2010

O meio do caminho


Retranca. Washington, no finalzinho, tenta o segundo gol.

CAV 1 x 0 PPFC 04-07

Votuporanguense suou para vencer o Presidente Prudente

Com erros no meio campo, CAV conquistou classificação antecipada.

Os números impressionam. Primeira equipe classificada da Segunda Divisão, o Votuporanguense tem o melhor ataque da competição com 30 gols marcados, uma das melhores defesas com 8 gols sofridos - apenas 3 a mais que a menos vazada do Américo Brasiliense, nosso virtual adversário na próxima fase -, e portanto o melhor saldo de gols, 22. Sem falar na melhor média de público nos jogos em casa, 2241 pagantes, o CAV também tem o maior indice de aproveitamento das 46 equipes do torneio com 9 vitórias, o que consequentemente dá a ele o maior número de pontos, 27.

Ou seja, nos 10 jogos disputados até agora, nem a poderosa Inter de Limeira, cotadíssima para o acesso, conseguiu chegar perto da perfomance do CAV. Como bem disse Antônio Carlos de Camargo ontem no DIARIO, "mesmo em anos que o futebol local trouxe alegrias, fato dessa natureza chegou a ser registrado".

Apesar dos números incontestáveis, principalmente no futebol de hoje onde o resultado vale mais que qualquer argumento, ainda assim o torcedor, que gosta da Alvinegra jogando bonito, indo pra cima e envolvendo o adversário, deixou as arquibancadas do Plínio Marin mais uma vez insatisfeito.

Claro, procede a reclamação da retranca visitante feita pelos jogadores e o técnico Luciano Gusso após a partida. Todo mundo viu que o Prudente, assim como a Ilha Solteira, mesmo em desvantagem no placar, vieram aqui só para se defender. Também é verdade que os poucos desarmes feitos pela zaga alvinegra foram tão fáceis quanto roubar doce de criança e que não corremos o risco de perder os jogos.

Mas com os meias de ligação Washington e Vinícius muito marcados, os atacantes de ofício- destaque para a entrada de Tiago Henrique que jogou ao lado de Luizão e fez o único gol do jogo- mesmo cheios de disposição para a briga entre os zagueiros adversários, tiveram muitas dificuldades para furar a defesa prudentina. Principalmente porque a bola não chegava.

E aí vem o problema: os erros de passe. A falta de concatenação nas jogadas pelo meio campo, que truncou a saída do CAV para o ataque, não se justifica apenas pelo congestionamento do setor. Em Tupã num gramado sofrível e de dimensões reduzidas, os meias alvinegros não erraram a quantidade de passes dos dois últimos jogos em casa.

Dado o devido desconto para a falta normal de entrosamento entre Gleidson, Paulinho e Mineiro (foi a primeira vez que o técnico testou essa formação), para fugir da recorrente impaciência da torcida com os erros de passe, Gusso terá que dar maior ênfase a compactação, movimentação e toque de bola do meio campo alvinegro nos treinamentos da semana.

Isto porque, mesmo classificado, a torcida, que promete ir em peso domingo a José Bonifácio, e todos os jogadores, querem ver o CAV devolver a derrota indigesta do primeiro turno. É bom lembrar que enfrentaremos a segunda melhor defesa do grupo 1 e que, para chegarmos a ela com condições de fazer o gol, é preciso passar pelo meio do caminho.

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